sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Rogai por nós

Não sei o que anda acontecendo, mas essa semana tem sido PUNK. Coisas ruins e coisas estranhas acontecendo... Me sinto exausto e não consigo parar de pensar "o que é que está acontecendo?".

Talvez seja apenas a minha visão de mundo que está distorcida e só estou conseguindo enxergar as coisas ruins, mas sinceramente, elas têm acontecido com mais frequência do que eu gostaria e também têm sido mais "pesadas" e mais fortes do que às vezes eu acho que consigo lidar.

Eu sei que isso vai passar e que talvez seja somente um momento de provação, mas por enquanto, tem sido difícil lidar com isso.

Eu acredito que as coisas vão melhorar e que tudo vai dar certo. Mas às vezes eu fico realmente exausto.

Por isso peço, a quem estiver ouvindo: rogai por nós. Por nós todos.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

terça-feira, 3 de julho de 2012

Omnia... WTF?


Faz tempo que não ouço essas paradas esquisitas e descobri esse grupo tipo agora. Bizarro. Daora. Muitcholôko. Divertido. Sei lá.

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Blacksong



O cara canta muito... no geral, tem muita cara de Masterplan, mas acho que isso também é uma boa coisa.

Saudades da época do metal...

sábado, 26 de maio de 2012

Amphenol...

...é caro, mas é bom!

10x XRL Male
10x XRL Female
8x TS 1/4" (6,35mm)
2x TRS  1/8" (3,5mm)
+67m cabo

It's a lot of money...

sábado, 5 de maio de 2012

Paraísos Artificias

Assisti ontem o longa brasileiro Paraísos Artificias.

Fiquei curioso para ver esse filme desde o primeiro trailer que vi ano passado. Na época me despertou alguma curiosidade, mas também um certo desdém - me chamou a atenção, mas não despertou um interesse muito grande. Fiquei confuso sobre o quê se tratava esse filme: seria um retrato da juventude de classe média/média alta atual, uma crítica à nossa sociedade (tanto aos pais, como aos próprios jovens), um romance impossível, um drama suburbano carioca, uma história de amor juvenil bem água com açúcar, ou simplesmente sexo, drogas e rock &... er, psy?

Achei que o trailer tentava ser impactante, mas que faltava conteúdo, que era um típico caso de "estilo sem substância". Resolvi relevar, já que se tratava de um trailer e decidi que se algum dia visse esse filme, iria ao cinema livre de preconceitos.

Depois disso, toda vez que via o trailer eu sempre ficavam em dúvida estava disposto a ver esse filme no cinema ou esperar sair em vídeo. Cogitei até ver no Vivo Open Air (que por sinal rola uma baladinha junto, algo bem conveniente, ainda mais para esse filme). Mas acabei viajando na época em que esse filme seria exibido lá e deixei essa idéia de lado.

Antes de falar qualquer coisa sobre o filme, quero dizer que eu não fui ao cinema com a intenção de assistir a esse filme especificamente. Pra ser bem sincero, eu não sabia que ele estava em cartaz, eu nem sabia que a estréia dele tinha sido ontem. Simplesmente aconteceu. Eu estava lá e era o próximo filme. Resolvi que sim, por que não?

Sem entrar em muitos detalhes do enredo e sem me enrolar demais, o que achei, em linhas gerais:

O que achei legal:

- Fotografia interessante e algumas cenas realmente espetaculares
- Trilha sonora bem escolhida (tem um grande peso no filme)
- Atuação decente (eu juro que esperava coisa pior quando vi os trailers)
- Consegue entreter
- Eu diria que é uma proposta um pouco ousada considerando o cinema nacional atual e admiro esses culhões!

O que poderia ser melhor:

- A narrativa não linear funciona bem as vezes, mas incomoda em outras tantas; alguns eventos e "mistérios" do filme são bem previsívei
- A história é um pouco boba, meio clichê e um tanto água com açúcar, mas funciona - pode agradar a alguns e não convecer a outros. Esse é um ponto questionável. De qualquer forma, não espere nada genial ou muito original.
- Não dá para dizer que os personagens são "rasos" ou "falsos" ou "sem vida"; eles até são bem desenvolvidos pelos atores, mas achei que são mal explorados pela própria narrativa. Eu fiquei OK com isso, talvez essa seja mesmo a idéia - uma história surreal que poderia acontecer com qualquer um.


Minha opinião
Eu gostei do filme. Não acho que seja um filme surpreendente, mas tem o seu carisma. Acho que o maior problema dele é tentar abordar diversos assuntos, mas se focar demais no universo rave/drogas e abordar muito superficialmente os outros temas e também os personagens (que até são interessantes). Não é um filme para todos e não é qualquer um que vai gostar. Imagino que a maioria das pessoas com potencial para serem cativadas por esse filme são aquelas que de alguma forma se identificam com os personagens ou com o universo do filme - os tais "Paraísos Artificiais", conceito que não é mencionado no filme, mas que é pungente.
Para quem já tinha curiosidade de ir ver, eu acho que vale a pena correr o risco - não estou dizendo que você vá gostar, mas há a chance.... Para quem não tem opinião formada mas está aberto à idéia, sugiro ler alguma outra crítica.

Considerações finais se você pretende ver o filme:
- Vá com o mínimo de preconceitos e expectativas e talvez o filme lhe surpreenda (acho que isso meio que é uma regra geral né? hahahaha)
- Não espere ver um filme que vá "estourar seus miolos" por te causar alguma reflexão profunda ou uma epifania, mas prepare-se para ser excitado (li alguns comentários e críticas dizendo que esse é um filme "sensorial" e eu concordo com isso)
- Se você tem preconceito contra drogas ou gente que usa drogas, não consegue aceitar a idéia de que as pessoas vão em raves para "se diveritir" e não suporta música eletrônica, passe LONGE desse filme, porque provavelmente vai ser um pé no saco pra você...

MEGA SPOILER A SEGUIR (selecione o texto para ler)
- No pior das hipóteses, se você detestar TUDO do filme, pelo menos vai ter visto algumas cenas deliciosas de nudez e sexo! UHU! (é sério, quase dá para dizer que o filme vale a pena por conta delas...)


É isso. Se resolver ver o filme, me conte o que achou!

domingo, 8 de abril de 2012

Revolutionary Road

"You want to play house you got to have a job. You want to play nice house, very sweet house, you got to have a job you don't like."

"Can't leave,
can't stay.
No damn use for anyone."

"You know what's so good about the truth? Everyone knows what it is however long they've lived without it. No one forgets the truth,  they just get better at lying."

"Hopeless emptiness. (...) Plenty of people are onto the emptiness, but it takes real guts to see the hopelessness."

"How pathetic is that? To put all your hopes in a promise that was never made."

"If being crazy means living life as if it matters, then I don't mind being completely insane."

terça-feira, 27 de março de 2012

Pimp my bass

Esses dias fiz um projeto de upgrade no meu baixo, o Thom:







Esse não é o "meu" baixo, mas é esse exato modelo. É um RBX 170, o modelo de entrada da Yamaha.
Não é um "senhor" baixo, mas dá pro gasto e pelo preço que paguei, acho difícil que fosse pegar algo muito melhor. Eu não toquei em muitos baixos na minha vida, mas eu gosto dele, não é muito pesado, tem um braço "rápido" e é confortável (bom, levando em conta que é um baixo).

A eletrônica dele não é lá grandes coisas, até porque, se trata de um modelo de entrada. Então a princípio, a primeira coisa que eu resolvi trocar foram os captadores. Aí eu estava olhando alguns sites de lojas de música e por acaso vi alguns modelos que achei interessante, e por um preço que eu considerei ser razoável. Quer dizer, até eu resolver checar quanto custam lá fora.

O captador do meio eu já decidi, vai ser um Split P (DP127) da DiMarzio.

DiMarzio Split P (DP127)

Além de puxar bastante os graves, ele tem um sinal BEM quente. Por causa da alta sensibilidade e também pelo uso de lâminas no lugar de pólos, dizem que ele capta muito bem nuances e dinâmica.
Acho que vai me ajudar consideravelmente em apresentações ao vivo no futuro (sem contar que eu achei ele muito maneiro e visualmente impactante).

Para o captador da ponte eu ainda estou em dúvida. As opções no momento são um Hot Stack for Jazz Bazz (STK-J2) da Seymour Duncan (Basslines) ou um LJHZ da EMG. Eu não achei muita informação sobre o LJHZ, e no final das contas, acho que vou acabar comprando o que for mais fácil de achar e estiver no melhor preço.

EMG LJHZ

Seymour Duncan Hot Stack for Jazz Bazz (STK-J2)


Como não há muito mais que eu possa mexer no baixo sem que eu acabe mesmo trocando de instrumento, resolvi que uma das poucas coisas que eu poderia dar um up depois da eletrônica para melhorar a qualidade do som é a ponte. Por isso resolvi colocar uma Gotoh Standard (201b), pois além de ser uma Gotoh, é simples, relativamente barata e eu aproveito a furação original da ponte antiga.

Gotoh Bass Bridge Standard (201b)


Ainda tenho dúvidas se vou trocar tudo de uma vez só ou se vou comprando as coisas aos poucos e instalando à medida que for comprando. Por um lado eu queria dar um overhaul só, de uma vez, que seria muito bacana, mas por outro, fazer as mudanças aos poucos vai permitir que eu SINTA a diferença que cada componente faz. Estou pensando em fazer um paintjob também e outras alterações estéticas. Provavelmente vou refazer toda fiação.

TALVEZ eu troque o potenciometro de tom por essa coisinha que achei:



Stellartone ToneStyler BASS (baixo não incluso, rs)
 

O que é isso? Bom, esse pequenino brinquedo é um knob pra substituir o knob normal do seu baixo. A diferença é que o "knob" de tom normal dos baixos passivos possuem apenas um potenciômetro, enquanto o ToneStyler tem 16! O grande lance é que é um circuito totalmente analógico, totalmente passivo e que funciona como um tone shaper, mas fica embutido no seu instrumento. Por ter16 potenciometros individualmente regulados, não há perda dos mid-ranges, e todos que testaram ou usam falam que a diferença sonora é impressionante para uma pecinha ridiculamente pequena. O problema? Custa em média U$100, o que é BASTANTE caro no meu caso. Se considerar que o Split P e a ponte vão me custar mais ou menos isso, é BEM caro. Se considerar então que o meu baixo nos states custa hoje em médiauns 170 dólares, é um pensamento quase ridículo e absurdo! Mas vamos ver o que o futuro reserva... de repente se tiver um price drop, talvez eu ponha, ou então se depois de trocar tudo o Thom já estiver muito pauleira, acho que é um investimento mais sensato comprar, por exemplo, um Bass Attack da Hartke, que sai pelos mesmos 100 dólares e é muito mais útil e versátil pro meu caso.

Bom, é isso, quando eu realmente começar o a fazer as alterações no Thom eu vou postando updates aqui.

Abraços

segunda-feira, 26 de março de 2012

Panic Switch



Uma das músicas que mais curti ter conhecido no ano passado. Acho muito foda!
Pena que não dá pra dar embed no clipe, por isso foi a versão ao vivo. Mas se quiserem ver, o link é esse: http://www.youtube.com/watch?v=AG8fugqFn9Q

Té...

quarta-feira, 21 de março de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

10 mitos sobre gente introvertida

Meu amigo Antonio, com quem converso muito sobre nossa “dificuldade de se encaixar no mundo”, me passou um texto sobre pessoas introvertidas escrito por um cara chamado Car King e eu fiquei pasmo com o que li – é incrível como o que está escrito parecem ser descrições exatas da minha pessoa. Gostei tanto que resolvi compartilhar em português para que mais pessoas possam ler e, quem sabe, possam se identificar e entender melhor por que são assim.


O post original em inglês pode ser encontrado aqui. Abaixo segue uma tradução livre feita por mim, do texto na íntegra:



“No final de 2008 eu tive a sorte de descobrir um livro chamado “The Introvert Advantage (How to Thrive in an Extrovert World)” (algo como “A Vantagem Introvertida – Como prosperar em um Mundo Extrovertido), escrito por um psicólogo chamado Marti Laney. Parecia que alguém tinha escrito um artigo de enciclopédia sobre uma rara raça de pessoas a qual pertenço. Não só explicava muitas das minhas excentricidades, como me ajudou a redefinir minha vida inteira em um novo e produtivo contexto.

Claro, qualquer um que me conhece diria “Derr! Por que você demorou tanto para perceber que é um introvertido?” Não é tão simples. O problema é que rotular alguém como introvertido é um julgamento muito leviano, cheio de conceitos errados. É mais complexo do que isso.


Uma parte do livro (páginas 71 a 75) mapeia o cérebro humano e explora como os neurotransmissores seguem diferentes caminhos dominantes nos sistemas nervosos de pessoas introvertidas e extrovertidas. Se a ciência do livro estiver correta, revela-se que os introvertidos são hiper-sensíveis a Dopamina, de forma que muito estímulo externo acaba sobrecarregando seus sistemas e levando-os à exaustão. Por outro lado, extrovertidos não conseguem Dopamina suficiente, o que faz com que seus cérebros busquem Adrenalina para poder criar Dopamina. Extrovertidos também têm conexões mais curtas e menos fluxo sanguíneo para o cérebro. As mensagens do sistema nervoso de um extrovertido geralmente não passam pela área de Broca na região do lobo frontal, onde acontece uma grande parte do processo de contemplação.


Infelizmente, de acordo com o livro, apenas 25% das pessoas são introvertidas. Há ainda menos casos extremos como eu. Isso leva a um uma série de mal entendidos, já que a sociedade não tem muita experiência com meu povo. (Adoro poder dizer isso)


Então aqui estão alguns conceitos errados normalmente aceitos sobre introvertidos (não foram retirados do livro, mas baseados na minha própria experiência de vida):



MITO 1 – Introvertidos não gostam de falar
Isso não é verdade. Introvertidos só não falam a menos que tenham algo a dizer. Eles odeiam papinho. Faça um introvertido falar sobre algo que lhe interessa e eles não se calarão por dias.



MITO 2 – Introvertidos são tímidos
Timidez não tem nada a ver com ser introvertido. Introvertidos não necessariamente têm medo de gente. O que eles precisam é de uma razão para interagir. Eles não o fazem simplesmente por fazer. Se você quer falar com um introvertido, é só começar a falar. Não se preocupe com etiqueta.



MITO 3 – Introvertidos são rudes
Introvertidos geralmente não vêem motivo para levar muito a sério algumas convenções sociais. Eles querem que todos sejam apenas honestos. Infelizmente, isso não é aceitável na maioria das situações, então os introvertidos podem sentir muita pressão em “se encaixar”, o que é exaustivo para eles.



MITO 4 – Introvertidos não gostam de pessoas
Pelo contrário, introvertidos estimam muito o valor dos poucos amigos que têm. Eles podem contar seus amigos de verdade em uma mão só. Se você é sortudo o suficiente para ser considerado amigo por um introvertido, provavelmente você tem um aliado leal para toda vida. Uma vez que você conquistou seu respeito como indivíduo e pessoa de caráter, você está dentro.



MITO 5 – Introvertidos não gostam de sair em público
Bobagem. Introvertidos só não gostam de sair em público DEMAIS. Eles também gostam de evitar as complicações envolvidas nas atividades coletivas. Eles absorvem dados e experiências muito rápido e como consequência, não precisam ficar por muito tempo para “pegarem as coisas”. Eles estão prontos para ir para casa, recarregar e processar tudo. Na verdade, “recarregar” é absolutamente crucial para os introvertidos.



MITO 6 – Introvertidos sempre querem estar sozinhos
Introvertidos estão perfeitamente confortáveis com seus próprios pensamentos. Eles pensam muito. Eles devaneiam. Eles gostam de ter problemas em que possam trabalhar, desafios a resolver. Mas eles também podem ficar incrivelmente sozinhos se não tiverem alguém com quem compartilhar suas descobertas. Eles buscam uma conexão autêntica e sincera com UMA PESSOA por vez.



MITO 7 – Introvertidos são esquisitos
Introvertidos com frequência são individualistas. Eles não seguem a multidão. Eles preferem ser estimados pelos seus estilos próprios de vida. Eles pensam por si mesmos e por causa disso, normalmente acabam desafiando as regras. Eles não costumam tomar decisões baseadas no que as pessoas pensam, no que é popular ou está na moda.



MITO 8 – Introvertidos são nerds reclusos
Introvertidos são pessoas que primariamente olham para dentro de si, prestando atenção em seus pensamentos e emoções. Não é que eles são incapazes de prestar atenção no que está acontecendo ao redor deles, é que seu mundo interior é muito mais estimulante e recompensador para eles.



MITO 9 – Introvertidos não sabem relaxar e se divertir
Introvertidos tipicalmente relaxam em casa ou em contato com a natureza, não em lugares cheios, barulhentos. Introvertidos não buscam “agitação” e não são viciados em adrenalina. Se há muita conversa ou barulho rolando, eles “se desligam”. Seus cérebro são muito sensíveis ao neurotransmissor Dopamina. Introvertidos e extrovertidos apresentam diferente “ligações neurais”. Procure saber.



MITO 10 – Introvertidos podem se “consertar” e virar extrovertidos
Um mundo sem introvertidos seria um mundo com pouquíssimos cientistas, músicos, artistas, poetas, cineastas, doutores, matemáticos, escritores e filófosos. Dito isso, ainda há diversas técnicas que um extrovertido pode aprender para conseguir interagir com um introvertido. (Sim, eu inverti os dois termos de propósito para mostrar como nossa sociedade é tendenciosa.) Introvertidos não podem “se consertar” e merecem respeito por seu temperamento natural e suas contribuições para a humanidade. Na verdade, um estudo (Silverman, 1986) mostrou que a porcentagem de introvertidos aumenta com o QI.



“Vocês não podem escapar de nós, e tentar nos mudar os levaria à sua própria desgraça e morte.” Eu inventei isso. Eu sou um roteirista.



Pode ser extremamente destrutivo para um introvertido negar a si mesmo como tentativa de se dar bem em um mundo de extrovertidos-dominantes. Como outras minorias, introvertidos podem acabar se odiando e odiando aos outros por conta das suas diferenças. Se você acha que é um introvertido, eu recomeno que você pesquise sobre o assunto e procure outros introvertidos para comparar observações e aprendizados. O fardo não é só dos introvertidos em tentarem ser “normais”. Os extrovertidos precisam nos reconhecer e nos respeitar e nós precisamos respeitar a nós mesmos.



Deixe-me saber o que pensa.



- Carl.”


Espero que esse post ajude as pessoas a se entenderem melhor - a si mesmas e às outras. Aos extrovertidos, que deixe claro que não somos seres de outro planeta, que não somos retardados e nem "esnobes" - apenas funcionamos de outra maneira. Para os introvertidos, que seja um ponto de partida para o caminho de se entender, se aceitar e se assumir, com todas as qualidades que temos.

Abraços

Just do it...

Muitos, mas muitos motivos mesmo me levaram a passar as últimas semanas reavaliando meu momento atual de vida, meus objetivos e principalmente, as escolhas que fiz até agora - e as que pretendo fazer a partir de agora.

E o que mais tem me feito pensar, com certeza, foram todos os relacionamentos que já tive. Quando digo relacionamentos eu me refiro a tudo: amigos, trabalho, namoradas e afins, família e outras pessoas menos importantes na minha vida.

E a conclusão que cheguei é que às vezes a gente se prende demais. Às vezes mantemos relacionamentos por puro medo, por insegurança, por comodismo, sem perceber que mante-los acabam por consumir nossa energia, nosso ânimo, nosso tempo, enquanto poderíamos estar investindo tudo isso em coisas melhores.

É difícil lidar com isso, pois envolve uma série de fatores alheios a nós. E quase sempre acabamos arrastando essas relações morimbundas simplesmente por não saber lidar com elas. Acabamos por esquecer o que realmente importa e passamos a enxergar só as coisas ruins. Isso se deve em parte à nossa natureza desajeitada e egoísta. Somos seres possessivos e apesar de dizerem que também somos "racionais", eu acredito que há pouco espaço para racionalidade quando estamos sendo possessivos - o que acontece a maior parte do tempo.

Nenhum amigo que você "tenha" é realmente seu. Nem suas namoradas ou as "exes". Ninguém, nem mesmo "sua" mãe ou seu pai. Chamamos de "nosso", de "meu" ou de "seu" puramente pela inexistência de um pronome outro. O próprio nome já entrega: "pronome possessivo"... Possessivo por quê? Por falta de termo melhor, por conveniência, por convenção.

As pessoas com quem mantemos contatos são apenas seres simpáticos (ou melhor, empáticos) que por algum motivo inexplicável, em algum momento, em algum lugar, por sintonia, afinidade ou conveniência, entraram em acordo conosco e decidiram manter um contrato informal de relacionamento. Só isso e nada mais. É assim que eu enxergos relacionamentos hoje: um caminho que concordamos percorrer junto com alguém. Ninguém é dono de ninguém, ninguém manda em ninguém, ninguém tem obrigação nenhuma para com ninguém. E quando acontece o inevitavel? Quando o contrato deixa de valer? Quando a relação deixa de ser uma via de mão-dupla? Quando decidimos se é hora de tomar outros rumos ou se separar?

Quando o contato já não traz mais benefícios a uma das partes ou a ambas, o que fazer? É simples. Termine. Deixe estar. Abra mão. Abra mão daquilo que não te faz mais bem, daquilo que te consome, que te prende, que te impede de crescer. Seja um amigo, um sócio, namorado(a), ficante, irmão, pai, filho... não importa, largue mão!

Eu entendo que relacionamentos (de qualquer natureza) DEVERIAM ser criados e serem nutridos e sustentados na base do amor, do respeito, da confiança, da honestidade, da compreensão, da compaixão, da atenção, da dedicação, e por que não dizer, da alegria? E isso deve vir de ambas as partes, não de apenas uma. Quando isso acontece de um lado só, não é um relacionamento de verdade, isso é exploração.

Um relacionamento é um "negócio". Quando assumimos ou aceitamos nos relacionar com uma pessoa é porque temos interesses específicos que nos motivam a conquistar e manter essa relação. E se o contrato "vingar" é porque essa pessoa também tem interesse em manter um relacionamento conosco. Parece algo estranho, mas não há nada de errado nisso. Nós não somos completamente independentes e sim, somos extremamente CARENTES de afeto, de atenção, de reconhecimento, de amor. Nós nos relacionamos para tentar suprir partes da nossa carência. Não importa COMO as coisas "acontecem", o que importa é que temos que ter claro que são sempre escolhas. E você escolhe manter um relacionamento com alguém porque QUER, porque te faz bem, porque te ajuda a suportar a dor de viver neste mundo.

Mas o tempo passa, as coisas mudam, as pessoas "mudam" e você também. Sendo honesto, eu realmente acredito que poucas pessoas MUDAM de verdade – leia aqui porque penso isso. Eu já percebi que o que realmente muda são as circunstâncias – as rotinas, os círculos sociais, os interesses, os gostos, etc; são os “momentos da vida” pelos quais as pessoas passam. Então me conformei que as pessoas geralmente não mudam ou mudam muito pouco e aceitei que quando um relacionamento “não é igual era antes” é porque acabamos nos “desencontrando” em nossos momentos da vida, porque nossos universos particulares estão “fora de sintonia”. Nesse momento começam os desentendimentos e os atritos, aí você pára pra pensar “porque as coisas estão assim” e se vale mesmo a pena manter esse tipo de relacionamento.

Mas é difícil compreender o que nos leva a “gostar” de outra pessoa e o que nos faz querer te-la por perto. Foi aí que me dei por conta de que não tudo isso não importa. Não importa quais motivos ou quais foram as condições que levaram você a criar vínculo com alguém. Não importa por quanto tempo você manteve vínculo com a outra pessoa. O que importa é a qualidade desse vínculo, que basicamente é o resultado da combinação do seu EGO (personalidade e caráter) com o do outro.

Se os problemas no relacionamento são condicionais, se são causados por fatores externos, pela conjuntura, é possível contornar esses obstáculos somente conversando e ajustando os pontos de vista, as prioridades e agendas. Agora se o relacionamento está se desgastando por conta de atritos gerados pela incompatibilidade de visão de mundo entre as partes, por hábitos e atitudes nocivos de qualquer uma das ou de ambas as partes, se não há diálogo de fato entre as partes, se é costume projetar as frustrações, rancores e culpas no outro, então temos um vínculo conturbado.

Se seu relacionamento está mal por causa de CONFLITO DE EGOS, mas mesmo assim você acha que vale a pena salva-lo, só há uma coisa a ser feita: ponderar o que VOCÊ pode fazer para reverter a situação, o que está dentro do SEU alcance para melhorar a relação. O resto você não pode mudar - tudo que se refere ao OUTRO. E há de ser sensato e honesto: essa relação VALE MESMO A PENA ou estou apenas com medo de abrir mão, de magoar o outro, de sofrer com essa perda, de ficar sozinho? Você conhece (ou deveria conhecer) a outra pessoa, saber o que te atrai nela e o que você abomina. Você sabe como ela se comporta – se ela realmente te escuta, se ela presta atenção em você, se ela é egoísta, se ela realmente se interessa no que acontece na sua vida e em como você está ou se isso não passa de papo para puxar conversa. Você deveria saber a essa altura se ela SE IMPORTA de fato com você. Repito, se ela não se importa, é melhor cair fora. Mas se ela realmente se importa, você consegue relevar todas as falhas de caráter dela?

Se mesmo assim você achar que sim, vale a pena manter esse relacionamento e que você consegue lidar com os defeitos do outro, então é preciso aceitar a seguinte verdade: você DECIDIU manter esse relacionamento. Não espere que a outra pessoa melhore. Não espere que ela mude. Portanto, não RECLAME. Aceite, saiba lidar com os defeitos dela (que você já conhece tão bem). Aceite que as coisas não vão mudar assim tão rápido ou tão fácil. Aceite que a única possibilidade real e imediata de mudança é a REAÇÃO da outra pessoa frente à SUA mudança de comportamento.

Se você está ciente disso e conformado com a realidade e mesmo assim decidir levar as coisas adiante, é bom adotar algumas posturas:
  • Seja firme nas suas decisões. Deixe claro o que você pensa e o que você quer. Assuma seus erros e demonstre o quanto está disposto a fazer as coisas funcionarem. Não prometa, apenas faça.
  • Peça, comunique-se. Um dos maiores, se não o maior destruidor de relacionamentos, é a comunicação – ou melhor dizendo, a falta dela.
  • Seja coerente. Não adianta falar uma coisa e fazer outra. Também não adianta reclamar de uma coisa e fazer igual, ou usar o erro do outro de desculpa para os seus.
  • Seja justo e seja honesto. Saiba relevar as atitudes do outro – já que você sabe como ele funciona - mas não deixe de dizer quando se sentir incomodado. Critique os erros, não a pessoa – diga o quanto essas atitudes prejudicam o relacionamento e te incomodam.
  • Faça com que a outra pessoa te leve a sério. Se o outro não sabe agir como um adulto, deve ser tratado como criança. Imponha regras, não faça concessões. Adote um sistema de punição/recompensa. É triste, mas as vezes as pessoas precisam ser cuidadas como cachorrinhos mesmo.
  • Não tenha medo nem vergonha de adotar essas atitudes. Se você deixou claro que QUER melhorar o relacionamento e que está disposto(a) a se esforçar para que dê certo e a outra pessoa compreendeu e aceitou seus termos ela deveria CONCORDAR com isso. Se ela não concordar ou então reclamar... desista, você está sozinho.

Então no grosso não tem muito erro: no balanço geral, esse relacionamento tá te fazendo bem ou tá te fazendo mal? Se mesmo com os problemas, ainda tá fazendo bem, é só conversar com calma e começar a fazer sua parte para melhorar – não espere nunca que o outro mude. Se está te fazendo mal, você ainda acha que vale a pena manter esse relacionamento? Você acha que ainda pode tirar algum proveito dele, que pode aprender alguma coisa, que essa pessoa, mesmo com seus problemas, ainda é digna e merecedora da sua atenção? Se não for, não tenha medo de ser feliz e pare de pensar no outro, porque ele provavelmente não pensa em você com o mesmo carinho. Se ele ainda tiver o mínimo de dignidade pra merecer sua atenção e você QUER dar essa chance, conforme-se em trilhar um LONGO, árduo e SOLITÁRIO caminho de provação – essa pessoa não vai mudar tão fácil e você provavelmente vai se frustrar, mas você deveria saber disso desde o começo.

Por que as pessoas “não mudam”...

NOTA SOBRE O POST: Antes de tudo, quero dizer que este post começou como parte de um post maior sobre relacionamentos e tals... mas aí vi que a coisa tava começando a ficar longa demais, confusa demais, chata demais, então decidi dividir o post em duas partes. 

As partes são independentes e podem ser lidas individualmente e farão todo sentido assim. Mas em um contexto maior, elas se complementam e o que está escrito neste post deve ajudar a compreender melhor alguns dos motivos e argumentos usados no próximo post.

O que está escrito aqui é apenas o meu ponto de vista e nada mais. Eu poderia basear ou justificar minhas afirmações em teorias da Psicologia e outras ciências humanas (e em partes, elas têm sim fundamento em algumas dessas teorias e correntes de pensamento) mas eu QUERO ser parcial, eu quero dar o MEU ponto de vista, já que esse é o MEU blog e o que eu vou falar tá mais pra desabafo do que constatação científica. Mas se alguém achar necessário, posso encher mais linguiça depois com isso. Agora não porque eu tô com preguiça. (Vish, linguiça rima com preguiça...)

Aviso dado, fiquem à vontade para ler como bem convir. Boa leitura!
 


POR QUE AS PESSOAS NÃO “MUDAM DE VERDADE”?

Já vou começar todo errado. Vou começar me desculpando pela natureza preconceituosa do título desse texto – sim, estou generalizando. Há sim pessoas que “mudam de verdade”, mas acreditem, elas são uma minoria em extinção nesse planeta.

Quantas vezes já ouvimos a expressão “Eu juro que vou mudar!” vindo de alguém que foi colocado em xeque-mate em um relacionamento? Pode ser um namorado(a), marido/mulher, amigo(a), filho, não importa. Quando o ultimato “Ou você muda, ou está tudo acabado/você pode ir embora/eu vou embora” é dado, as pessoas costumam entrar em desespero e “correr atrás do prejuízo”. Mas da mesma forma que ouvimos isso centenas e centenas de vezes em nossas vidas, qual não é nossa decepção quando essas “mudanças” são da boca pra fora? Ou então, nos decepcionamos mais ainda quando percebemos que essas mudanças não duram.

Por outro lado, qual não é a nossa (boa) surpresa quando encontramos alguém que não mantinha contato conosco há tempos e você nota como a pessoa está bem, feliz, “diferente”? Você nota que a pessoa “mudou”, que ela está segura, que está “bem de vida”, ativa e confiante. Mas essa pessoa provavelmente não “mudou de verdade” também. Ela pode estar “melhor”, é fato, mas não significa que ela mudou. Uma conversa um pouco mais longa ou um convívio maior com ela podem revelar que, apesar das aparências, ela continua com as mesmas inseguranças, reclamando das mesmas coisas, cometendo as mesmas mancadas que te levaram a se distanciar dela.

Isso tudo é muito simples de explicar. Normalmente o que muda na vida das pessoas são as rotinas, os círculos sociais, os interesses. O caráter, o comportamento e os hábitos, e principalmente os egos não costumam mudar muito.

Eu conheço pessoas que "melhoraram" muito desde que as conheci, mas percebi que suas essências ainda continuam as mesmas - as dores, os complexos, os vícios, as manias, os preconceitos. De todas as pessoas que eu conheço que melhoraram, posso afirmar categoricamente que TODAS mudaram por um único e simples motivo: NECESSIDADE. Necessidade de se adequar: para serem melhores aceitos, para não ficarem sozinhos, para conseguirem se relacionar melhor com os outros.

É difícil encontrar casos de pessoas que mudaram por VONTADE PRÓPRIA, por desejarem ser “melhores de verdade" (entenda "melhor" como "pessoa melhor", não como "melhor do que o outro").

Mas isso importa? SIM e faz TODA A DIFERENÇA. Porque se a motivação é a NECESSIDADE, você pára no estágio em que as mudanças que você teve que fazer foram suficientes para atingir seu objetivo. O núcleo ainda é o mesmo, o que nos esforçamos para mudar é basicamente a forma como nossas questões pessoais se manifestam. Muda-se a forma de agir, mas não a de pensar. Mudam-se comportamentos, não crenças. A pior parte é que se você muda sua forma de agir e se isso te traz resultados imediatos, você apenas condiciona o seu cérebro a agir de uma forma diferente porque aquilo te trouxe resultados e não necessariamente porque é a "melhor" forma de agir ou porque essa nova forma de agir “te faz bem”.

Um exemplo disso são os clássicos “Eu prometo que vou mudar” para salvar um relacionamento. Como disse antes, é normal notar sim algumas mudanças no começo. Então quando a pessoa já conseguiu reconquistar a confiança do outro e a relação está salva e garantida, os velhos hábitos começam a ressurgir e tomar conta. Não é fácil reprogramar nosso cérebro da noite para o dia. O ser humano é um animal preguiçoso pra caralho. Se planejamos nossas ações como estratégias para conseguir algo, normalmente faremos isso até atingir o objetivo e depois abandonamos esse “padrão” ou estratégia em função de um outro padrão mais “forte” e relevante, mais antigo e já impregnado em nosso sistema.

Pense assim: você está acostumado a fazer os mesmos caminhos sempre (tanto na ida como na volta da sua casa para o trabalho/escola/faculdade e vice-versa, por exemplo), mas em determinado dia você precisa passar na lavanderia antes de voltar pra casa. Você então planeja seu novo itinerário e faz um desvio em parte do seu trajeto habitual. Ou então durante um mês a avenida perto do seu trabalho está em obras e você faz um caminho alternativo, as vezes até mais longo do que o habitual, só para evitar o trânsito. Ou então você percorre o dobro da distância normal do seu trajeto em um dia de chuva para evitar ficar parado e fugir dos pontos de alagamento. Mas em toda outra ocasião “normal” em que nada te obrigue a decidir tomar outro rumo, você vai fazer o caminho de sempre. Esse é o caminho seguro, é o caminho que você está acostumado, nele você sabe onde estão todos os semáforos e radares, você sabe onde estão os postos de gasolina e super-mercados. Não há motivo para percorrer outro caminho. É sua zona de conforto e você não vai abandona-la a menos que PRECISE. Manja aquela do “Quando a água bate na bunda...”?

É por isso que mudanças cuja motivação é a necessidade são parciais, falhas, incompletas. Dizem que só um hábito pode destruir outro hábito. Se você quer abandonar um hábito não-saudável, deve substitui-lo por um mais saudável. Mas hábito é algo que se PRATICA, e não apenas se executa. Prática é a repetição contínua, intencional, programada e consciente de uma ação ou série de ações. Executar não exige prática: pode-se fazer as coisas quantas vezes forem necessárias, sejam elas bem-executadas ou não.

Há um problema maior ainda, um outro motivo para que mudanças de atitudes comandadas pela necessidade sejam falhas: o foco. O foco desse tipo de mudança, como eu disse, é na ação/comportamento, não no pensamento/crença. Então basicamente podemos dizer que mudamos o “como” e não o “o quê”. Acaba-se concentrando os esforços nos meios, não nos fins – sempre nas táticas, raramente nas estratégias, mas nunca nos objetivos.

No caso dos relacionamentos afetivos, o foco da “mudança” normalmente é para “não perder o parceiro”, quando deveria ser “quero ser um parceiro mais atencioso, carinhoso e compreensivo, digno e merecedor do amor, da paciência e da confiança do outro”. Você quer que o outro perceba a sua “mudança” para que ele se sinta seguro e não te abandone, e não porque você sente que essa pessoa MERECE alguém melhor. Você se preocupa com A SUA DOR, NÃO COM A DOR DO OUTRO.

Somos egoístas e mimados. Sempre nos esforçamos mais em “não perder” do que “ganhar”. Mas se esforçar em “não perder” já implica que somos tão mesquinhos que não sabemos abrir mão, que temos medo de perder, que não sabemos lidar com a frustração, que não aceitamos a derrota, que não queremos ser contrariados. Mas essa visão egocêntrica também nos cega para ver o melhor de nós: nosso potencial, o que podemos ganhar, o que podemos aprender, que podemos ceder. Se eu não quero perder o que tenho, fico preso a esse medo, que se torna uma obsessão e acabo me tornando objeto da minha própria posse, não consigo enxergar O QUE MAIS HÁ LÁ FORA, não me permito experimentar, não me permito ser flexível. E é assim que continuamos repetindo sempre os mesmos erros. E nossa frustração só cresce. E nossas decepções também. E a decepção que causamos nos outros.

As mudanças motivadas por VONTADE própria, pura, por outro lado, são perenes, efetivas e benéficas. O mais engraçado é que normalmente essas alterações de hábitos alimentados pela “vontade de ser melhor” têm como gatilho ou estopim traumas ou dores muito fortes. Normalmente é depois de perder algo ou alguém, depois de um momento de tristeza ou raiva muito intenso que surge a vontade de MUDAR DE FATO. “Eu não posso continuar assim...” ou “Isso está me matando!” ou “Isso não é viver.” são algumas das “epifanias” que levam a pessoa a QUERER de fato mudar. Ou porque seus comportamentos são auto-destrutivos ou porque sentem muita dor ao perceberem que as perdas em sua vida são decorrentes de suas próprias atitudes. Somente quando o indivíduo PERCEBE que é o próprio causador da sua dor, sofrimento e solidão, ele consegue mudar de verdade. Só quando ele deixa de ser egoísta.

Mas “mudar de verdade” não é fácil: exige esforço, é desconfortável (literal e metaforicamente), exige paciência, exige dedicação e disciplina, exige sensibilidade, exige clareza. E é mais difícil (e trabalhoso) ainda sustentar tudo isso quando nossa motivação é necessidade, porque o esforço é realmente descomunal. Somado ao fato de que já somos naturalmente preguiçosos e acomodados, quando “temos” que mudar, normalmente aplicamos a lei do mínimo esforço. O que “conseguirmos” mudar para “agradar ao outro”, para “não perdermos”, “para não falharmos” será sempre suficiente. E não damos um passo além disso. E então voltamos para trás, para aquele caminho que estamos acostumados a fazer sempre. E o único caminho diferente que saberemos fazer será esse que vai até o último passo dado até as coisas serem “suficientes” - e mesmo assim, só tomaremos esse caminho quando nos sentirmos encurralados. Por isso a mudança verdadeira é difícil de acontecer - e normalmente só realizamos aquelas mudanças picaretas, de fachada.

Por outro lado, é justamente pela natureza árdua do caminho da “mudança verdadeira” que ela perdura e é tão eficiente. Quando se quer “mudar de verdade”, normalmente é porque a dor que se sente é insuportável – independente de sua origem. Qualquer desconforto, qualquer esforço se torna um preço muito baixo a se pagar tendo em vista o sofrimento que a dor causa. Aprende-se a valorizar e reconhecer o esforço, os acertos e os erros, a frustração e satisfação. Usa-se o sofrimento como base de aprendizado – e tenta-se minimiza-lo em vez de evita-lo. Olha-se para as sombras – as próprias e a dos outros e tenta-se compreende-las e integrá-las ao próprio ser no lugar de nega-las. O mais curioso é que só se consegue fazer isso tudo quando resolvemos aceitar as perdas ao invés de evita-las. Só quando nos permitimos perder é que perdemos de fato o medo de perder e começamos a desejar ganhar. Só quando paramos de culpar os outros, de esperar, de criar expectativas, quando assumimos nossos erros, falhas, defeitos e imperfeições é que assumimos de fato nossas qualidades e virtudes – qualquer outra coisa diferente disso é vaidade.

Para chegar a esse nivel de consciência é preciso mergulhar o mais profundo dentro de si, encarar os próprios medos, assumir os próprios erros, admitir as verdadeiras vontades e aceitar quem somos incondicionalmente para podermos construir quem queremos ser. Depois é necessário distanciar-se o máximo possível de sí mesmo e abraçar a verdade dos outros: seus medos e anseios, suas sombras, suas dificuldades, suas virtudes, suas realidades. E então praticar o mais difícil: enxergar a si mesmo através dos olhos dos outros. Entender como você é visto, como suas ações repercutem na vida das outras pessoas é o passo mais importante para entender como lidar consigo mesmo – e só assim, saber como lidar com os outros.

Mas isso é muito difícil e é pedir demais que as pessoas façam isso. E é por isso que eu me contento com a idéia de que as pessoas raramente mudam...

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

A reply to annoying behaviors from "smart people"

So my friend Antonio wrote something on his blog about annoying behaviors from "Smart People".
I agree 100% with him, but I have some things to say myself.

For me, the most annoying behavior from "smart" people is most definitely, the "blabberish". I explain: these people have an intriguing compulsion of talking endlessly, about ANYTHING, just to keep ALL the spotlights turned to them non-stop. I think that serves a handful of purposes listed below. Note they are, in a sense, chained by a logical order of "purpose", related by "cause and effect".

1) If they keep talking non-stop, they attract all the attention. Being the attention whores they are, if they keep people IMAGINING how "intelligent" they are, they satisfy their egos and by doing so, they DO THINK they are intelligent - and in some cases, some people really buy that, which gives them confidence. So...

2) ...by retaining attention, they control the flow of the "dialogue" (or anything you can call that way). They can choose what to say, never giving you the opportunity of bringing a subject out of their scope of knowledge. This way they are free to continue to dump whatever they want into the conversation. It's safer for them, because they are able to proceed with their script of boring and pseudo-smart/hipster talk. With control in their hands...

3) ...they can throw all types and kinds of subjects THEY CAN TALK ABOUT into the conversation, thus creating a false perception on people's mind that they "know" a lot of things. This is usually lame. As previously cited on the original post, they tend to rely on the "how bizarre, unknown and not common/mainstream is this?" criteria for choosing what their references are going to be. But they also keep an eye on the mainstream stuff, not because they LIKE IT, but because they NEED IT to create that image of "Oh, he's so smart and clever and knows so much things I never imagined they even existed, but at the same time he knows so much about popular culture and bla bla bla...".

4) With power over the conversation, they gain power over people. Let's see: if you THINK you're THAT smart, or if you ever feel you NEED to LOOK that smart, then you probably are going to be dead serious about not loosing that. So it makes some sense to imagine these two situations: if you ARE SMART (or think so), you'd probably be in a group of other smart people; if you NEED TO LOOK SMART, you'd probably be in a group of less smart people (so you can play the role of the smart one in front of others). Either way, you don't want to look stupid, right? So if you retain all the talk (or at least the major part of it), you don't give other people the chance to talk. By doing so, the impression that you are really that smart grows, and so the people tend to talk even less - in fear they're gonna sound stupid close to you. So it's a kind of end on it's own, a vicious cycle: you talk a lot, you retain attention, people start thinking you're a genius, they feel dumb, they get afraid of talking, you get more attention, and so on. People won't discuss with you - they won't even stop to think if what you're saying makes sense or all the contradictions you've let slip out of your tongue. You've said so much they think they can't contribute anymore...

5) Potentially, if this works, you'll also neutralize most attempts of "looking smart" coming from other "smart" people (real smart or pretentious smart, doesn't matter). This is not necessarily because they feel you are smart, but because they are TIRED AND BORED, and since you've already spread your "intelligence" and took control of things, they'll probably ignore the whole stupid thing and isolate themselves in some far-off corner.

6) If you have successfully destroyed any possibility of a contender, then the way to "being the smartest guy in the room" is not that far right now. By pragmatically using the strategy of "taking and making all the talk non-stop", you have done well in silencing everybody else. Now they're both impressed and tired. They won't even question it anymore - coming from you, whatever you say just "sounds right". And by now, your quotation ammo must be ending anyway, so you can say any shit you want and people will still think you're a genius. Congrats!

So I think the "blabberish" is the main weapon of "smart" people. Its like the “mothership” of arrogance and self-glorification from which all other techniques “to look smart” seems to derive from.

I have to admit that this REALLY annoys me. Because it's so pretentious, it's so URGH... so damn childish. Recently, I had a really bad experience with that. It was SO boring and SO disappointing. Specially when all you wanted was to laugh with your good old friends. But there's always a cocksuckerpainintheneck to ruin everything. The funniest part of all is that this kind of people are SO ridiculous that they're pretentious enough to make you questions once in a while, “giving you the opportunity to speak and socialize”, only to make fun of your answer and then quickly claiming all attention again. It's so stupid, really.

I wonder if people really like to talk. Or whatever “talk” means in their heads.

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Somewhere in time...




"I was a liar in every debate
I rule the forces that fueled your hate
When the cold in my heart leaves, it comes to an end
And quietly I'll go to sleep"


...btw, Simone fucking rulez!

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Some dark caves...

A week ago I posted a video from Muse performing "Map of the problematique" at Abbey Road.
It's one of my favorites songs from Muse and I really liked this version.

Before the actual song, there's a little excerpt of some kind of interview with Matthew talking about the dark tone found in some musics and the "collaborative creative process" of the band. Quite interesting if you ask. I've transcribed it:
 
"I think with the band we're kind of showing a lot sides of ourselves, we're not just kind of narrowing it down to just one style, one voice, one opinion. I think you can hear within any album a number of contradictions both musically and lyrically. We're just kind of exploring into fringe a little bit... the fringe of your imagination, the fringe of your abilities. Some songs for me are kind of really touching on the unknown, in my own self if you like, and then sometimes you can stumble across something a bit dark. I think that's just humanity, you know? I think it's not anything particular with us. I think that if any person explores all the regions of their own imagination, they're gonna stumble across some dark caves somewhere."

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Espera (por Antonio Chang)

Espera

Eu espero...
Não sei pelo quê.

Então eu paro de pensar,
E faço tudo que eu consigo fazer

Tudo isso para ocupar meu tempo de espera
E disfarçar: não, não estou esperando, estou muito ocupado!

Mas não há disfarce para o vazio que sinto no peito
Nem para o rancor da injustiça:

Tanto esforço para nada;
Tanto amor...


Espatifado na parede.


--

Antonio é um dos meus amigos mais antigos e uma das pessoas que mais me entende. O blog dele, de onde veio este poema, é o amendoim azul. Deixo aqui minha gratidão a uma das pessoas que tem me aturado por tanto tempo e também por me deixar publicar um poema seu aqui. Um grande abraço, Antonio!

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Por que eu não gosto do carnaval?

Olha, vou ser bem sincero, já passei da idade de "odiar" as coisas.
Não que não há coisas que eu não odeie ou que eu despreze, mas fomentar o sentimento de "ódio" para mim é uma arte e eu reservo essa parcela especial do meu tempo e atenção a coisas realmente importantes, tipo líderes políticos corruptos e inescrupulosos, a fome no mundo e gente realmente babaca.

De resto acho que posso dizer que, como qualquer pessoa normal, há coisas que eu gosto e coisas que eu não gosto. Assim como há as coisas que para mim são indiferentes, como o Carnaval. Não cheira nem fede, e certamente não faz muita diferença na minha vida.

Eu não me incomodo com o Carnaval. Na verdade, eu acho até "bacaninha". Mas acho uma perda de tempo. Mentira. Eu acho uma idiotice que acaba por perpetuar nossa tradição de "pão e circo" e também nosso estigma de "país da caipirinha, da folia e das mulheres com a bunda de fora".

Um pouco ácido demais? Talvez. Não tenho nada contra os desfiles nem nada, acho até que, como tudo nesse mundo, dá pra abstrair e relevar as coisas boas. Tem a questão da arte, da dedicação. A beleza é uma coisa questionável, porque eu sinceramente acho 87,43% das fantasias e carros alegóricos feios e cafonas. Não que eu ache que para algo ser "belo", precisa ser sóbrio, ou fidedigno, ou "sério". Não, também não precisa ser "perfeito". Mas sinceramente, ver um caralhal de gente dançando (e aí entramos em outra polêmica se aquilo de fato é dança ou não) e vestida da mesma forma não é lá algo que me chame muito a atenção.  Mas isso sou eu.

Eu sei que o "belo" do Carnaval tem raiz justamente nessa natureza coletiva da festa. Sei que está relacionado à um ato de catarse, de libertação, de fantasia (com o perdão do trocadilho). Sei que há algo no Carnaval tão fascinante que é essa sensação de "pertencer" a algo maior, de se desinibir, de abandonar o rigor e a seriedade das pressões sociais em uma celebração coletiva. Mas como tudo que é "coletivo" demais para mim, esse é um tipo de sabedoria que eu não compreendo - ou não tomo como verdadeira para mim.

Há tantas coisas que funcionam da mesma forma: uma partida de futebol, uma rave, um bom show de rock, uma festa à fantasia (não deixa de ser um Carnaval-miniatura), e para os mais chatinhos, sei lá, uma ópera ou um concerto (orquestra). Não estou dizendo que nenhuma dessas atividades é "melhor" ou "pior", só estou dizendo que cumprem o mesmo papel, e por isso, para uma pessoa como eu, que não vê graça nenhuma no Carnaval, talvez essa "festa" toda soe tão "meeeh".

Eu sinceramente acho que o grande problema do Carnaval é ser superestimado. É como o Natal ou Ano Novo. No final de contas, não passam de desculpas para alguma coisa. O que se comemora no Natal? O nascimento de Jesus Cristo, aquele que morreu na cruz para você poder continuar pecando mas ter a chance de ir pro céu se você tiver "fé" e se arrepender... Você passa o ano inteiro pecando, fazendo coisa errada, não fala direito com sua familia, age como um idiota, mas se sentar à mesa uma única noite parece resolver tudo? E ano novo? Analisando friamente, ele marca apenas uma mudança no calendário, o fim de um ciclo, o passar do tempo - se é assim, por que não comemoramos a "entrada" de cada novo mês, ou então, o final de uma semana... bom, pensando bem, tem muita gente que comemora sim o último, hahahaha.

O problema do Carnaval não é o Carnaval. O problema do Carnaval é que ele é uma desculpa para agirmos como idiotas - ter seus 15 minutos de fama rebolando, entupir o cu de drogas, "beijar muito na boca" e "pegar geral" (e claro, contrar uma série de DSTs, nos casos menos graves, ganhar um presentinho indesejado que vai demorar 9 meses pra ser entregue e vai ficar com você pelo resto da vida). Sem contar a porra do número de acidentes e mortes cometidos por excesso de álcool e drogas.

Mas sei lá né, quem sou eu? Tem gente que se diverte assim. Todo ano. E é sempre a mesma coisa. E gosta.

Eu não vejo graça no Carnaval e admito. Pra mim é uma festa em que as pessoas tolas que a comemoram nem sabem o quê ou por que estão comemorando. Eu não me empolgo com o Carnaval, mas também não me incomodo que as pessoas gostem tanto - melhor para mim, elas viajam, fazem suas besteiras e me deixam em paz por alguns dias. Me incomoda a reação de indignação de alguns ao se sentirem ofendidos pelo meu direito de não gostar do Carnaval. Mas quer saber, isso não é problema meu.

O que eu acho engraçado é essa empolgação toda e achar que o Carnaval é lá grande coisa. Não, não é. É só mais uma forma de um monte de espertalhões ganharem dinheiro com a sua carência e falta de amor próprio. Ninguém precisa do Carnaval, mas tem um monte de gente que acha que "não pular Carnaval é o fim do Mundo."

O fim do mundo pra mim é dar tanto dinheiro a pessoas que te entregam um "produto" cultural tão pobre. E ficar satisfeito com isso.

Peço desculpas se ofendo alguém com minha opinião, mas eu não preciso do Carnaval pra me sentir um completo idiota.

Muito menos para agir como um.

That's what I call...

...FULL-BODY RELIEF!!!


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

sábado, 11 de fevereiro de 2012

Let it go... please.

"Sometimes you just have to face things. Sometimes you have to gather all your courage and be strong enough to deal with things like an adult, not like a kid..."

Esse é o tipo de coisa que vem passando pela minha cabeça recentemente. Quer dizer, desde o ano retrasado, mas no final das contas, por causa do comodismo, da preguiça, da falta de perspectiva, da falta de energia e motivação, eu acabo varrendo a sujeira pra debaixo do grosso tapete persa que teci com os melhores fios de desculpas mirabolantes e justificativas tolas para a minha falta de ação nessa vida.

Mas não importa o quanto você fuja dos seus problemas ou os negue ou evite, uma hora você será obrigado a lidar com eles. Então percebi que na verdade, tudo o que tenho feito nessa vida é adiar esse momento. Adiar sob a ilusão de que estou "me preparando", me tornando mais forte para enfrentá-lo. Só que não importa o quanto você postergue as coisas - o tempo que você dá a si mesmo para "se tornar forte" é o mesmo tempo que os seus problemas terão para crescerem, se multiplicarem, se tornarem mais complexos. Até aí, nenhum problema, mas se você não usou direito esse tempo para crescer, amadurecer e se fortalecer, você vai se dar mal porque o resto das coisas acontecendo dentro e fora da sua vida não "pausam", e então as dores, frustrações, insatisfações e fracassos vão se acumulando. Acho que dá pra entender onde isso vai dar...

É fato que a vida às vezes é uma bosta, mas e daí? Ninguém disse que seria fácil, mas também não é nada produtivo ficar repetindo o quanto tudo "é difícil" e depois choramingar porque as coisas nunca dão certo. Isso são atitudes de um perdedor.

 Ninguém quer ser um perdedor na vida. Eu certamente, não quero e nunca quis. Eu sempre imaginava que um dia eu faria algo grandioso, que eu "seria alguém". Mas eu digo que "ser alguém" é o mero resultado das suas ações em vida. Ironicamente, ser "Alguém" é um objetivo um tanto quanto "genérico" e medíocre, não?

O que significa ser "alguém"? Olha que contraditório: a maioria das pessoas se preocupa em ser "alguém" e não ser um perdedor, certo? Mas se o seu objetivo (nesse caso, "ser alguém") não é claro ou você não sabe como atingi-lo, você invariavelmente irá falhar, certo? Então, por mais que soe um pouco paradoxal, eu acho que no afã de "ser alguém", as pessoas se esquecem da questão essencial: QUEM é esse alguém? Elas não sabem, e por isso falharão. E ao falhar, se tornarão perdedoras. Maluco, não?

Eu hoje me sinto um perdedor. Não um completo perdedor, porque conquistei algumas (poucas) coisas nessa vida. Nada que eu tenha muito orgulho. Nada que eu ache muito significante. Mas mesmo assim, é algo. Eu diria que eu sou tão acomodado que eu me contento com pouco. E por isso meus sonhos mais loucos e extravagantes não passam de sonhos. Hoje percebo que sou um perdedor porque fui derrotado pela minha própria insegurança, pelos meus medos, pela falta de confiança EM MIM.

Ninguém nasce um perdedor. Ninguém nasce para ser um perdedor. Nós nos transformamos naquilo em que acreditamos.

Dor, mágoa, ressentimento. Apegos a migalhas insignificantes de sentimentos que deveriam funcionar como agentes de aprendizado e transformação. Em vez de saborearmos com parcimônia  estes sentimentos para apurar nosso paladar emocional e aumentar nosso repertório de experiências, acabamos cedendo ao convite sedutor e inebriante dessas emoções. É como um delicioso, doce, gorduroso e suculento mousse de chocolate; ou então, uma dose de whisky amarga, picante, dilacerante e pesada. Sofrer vicia. Sofrer dá conforto. Sofrer é necessário para o aprendizado e para o desenvolvimento da consciência. Mas como toda química essencial, o risco está sempre NA DOSAGEM.

Que tal largar certos vícios?

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

A glimpse into the future

Until last week I could use a pitiful sorry excuse that "I'm in a band" whenever people would ask "what am I doing" - or at least, that's what I would try to convince myself whenever I were the one making this question.

Now there's no more band and I'm officially "unemployed". Finally, the awful moment I've been avoiding has arrived: I must do something about my life.

There's no denying that this whole "music thing" is something I NEVER really put much thought or effort into it. In my teenage days, I always dreamed about being in a band - but it was just fantasy. I never considered it as a "valid", "serious" option for me. Maybe because I quit too early - thinking I would NEVER be good enough - and with that mindset I'd always sabotage this kind of plan even before considering it. That all changed last year. It came as an unexpected opportunity and a happy surprise when the guys at Berzek invited me in. Suddenly, what was only a silly dream became a reality and a possibility of success and achievement. Well, I must admit that at first I faced it as a hobby, but that didn't last much. No more than 3 months (the time I had to learn all the repertoire) had passed when I really began embracing this as something I could do for a living. And then everything changed.

I had some good and some really shitty times last year. Most of this "good/bad" perception is concerning my psychological health and self-esteem, which obviously would reflect on my actions, behavior and relationship with others. My best "phase" last year was between April and August - I was truly dedicating a lot of time and effort into learning how to play the bass and how to play all the songs from the band's setlist. I also had recently returned from another trip to Santa Catarina (a really meaningful one) and had some kind of "thing" "going on" with a girl for a couple of months. I would go out, I would talk to people. I had energy, I was joyful and hopeful. I had some projects that could guarantee me some cash for my small needs.

Then, as with everything that has ever happened in my life, I got bored. And with the boredom, came the laziness, the depression, the angst. The things with the band were a little of a mixed bag, but for me the overall score was still positive. Some other shit happened in my life by August/September, which, of course, worsened my feelings of depression and loneliness. Suddenly, everything turned upside-down - again, but this time, throwing myself in the dirt. Since then, I'm trying to recover. Trying to find my way, trying do actually DO something (good and for good).

At this point in life, I've tried somethings and of those, I can say for sure what I like and dislike, what I judge I'm capable of doing and what not.

Music is DEFINITELY the thing for me. I don't know for sure exactly HOW I'll make a living from music, but I know it's there, it's gotta be. I had this fear of never being "good enough". It's not a fear anymore, it's a reality: I AM NOT good enough right now. But that doesn't scare me anymore, because I know it's something reversible. I CAN be good - the "enough" part of it depends both on the size of my ambitions and my will to get there, which is something I'll have to struggle internally. But now I know I can be good, and I know I can be as good as I want. Sure, that doesn't mean I WILL be good, because that depends only on me. As far as I'm concerned, I want to be that good. There's nothing stopping me besides my own lack of action and confidence. So if I fail, there's no one else to blame.

So music it is. I know it's a hard path, but I'm more than willing to take it. This is what I like. This is what I want to do. This is where I feel I can do something meaningful. So this is it, I'm officially into this and aware of the hardships ahead.

In the meantime, I'll probably get a shitty job to pay the bills and save some money to buy my stuff. When I was younger, I had delusions of grandeur. I always thought I was smarter, or that I had more "potential" than everybody else. Today I know I'm nothing more than another silly human, flawed and damaged. But ironically, this is what gives me strength now. To know that I'm no better and no worse. To know that it all comes down to effort, character and willpower. I don't dream about money, status or fame anymore. I don't long for recognition. I just want to feel I'm doing what pleases me. Nothing more, nothing less.

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Acabou

Olha só como a vida é irônica... eu ia fazer um post um dia desses, dizendo que agora no meio de janeiro fez exatamente dois anos que eu fiquei solteiro, como fez um ano que eu voltei de SC e também um ano que eu comprei meu baixo.

Ia comentar como foi a história de resolver comprar um baixo, porquê de um baixo, e bla bla bla. Mas não vou fazer isso.

O Berzek acabou. A banda foi desmanchada. É isso. Estou sem banda por enquanto.

É só.

domingo, 15 de janeiro de 2012

She came in and said...

"It's not my fault. I did not plan this, it just happened. It's not that I don't love you, because I do. It happens that somebody got into my life. I still like you. I wish things could be different..."

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Lord, why...?



There's always an asian to make you wonder "God, why did you do that? Can I die? But pleeeease, if by any chance I'm born again, pleeeeeease let me be at least a fraction of this!". I have a problem with asian people... =D

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

dos mil doce

É, foi-se 11, entra o 12. Um atrás do outro, um depois do outro. Tá na hora de dar sequência.

Este é o último ano até o próximo século em que é possível fazer "piada" ou brincar com as datas. E também dizem que é o último ano e pronto.

Dá na mesma. Eu não fiz nenhum post meloso no final do ano, muito menos na virada. Será agora a hora certa de faze-lo? Acho que não.

Ou talvez sim. Esses dias eu andei pensando em muita coisa. Em gente que passou pela minha vida, pessoas de quem sinto falta, pessoas que se tornaram importantes pra mim nos últimos anos e pessoas importantes que sumiram da minha vista. Pensei em tudo o que fiz nos meus parcos 24 anos de vida, todas as coisas que "aprendi", os lugares por onde passei, as viagens que fiz, as ceias de Natal e as de Reveillon.  Eu não sei se é essa coisa toda de promessa/resolução de ano novo, se é esse espírito de "deixar as coisas para trás e começar de novo" ou se fui contaminado pelas restrospectivas que fiz em meio a conversas e desabafos com meus melhores amigos; talvez seja simplesmente o peso de mais um ano sobre os ombros, ou a aproximação dos 25, quem sabe mais um aniversário de solteiro ou o iminente fim do meu "ano sabático".

E então eu penso em tudo o que eu deixei de fazer, todas as promessas que nunca cumpri, as expectativas que gerei nos outros e não correspondi. E por mais que me doa pensar isso, eu acho que ano passado eu fiz o que sempre quis fazer e nunca tive muita coragem: ligar o foda-se de verdade. Eu fiz o que queria fazer sem ligar muito para o que os outros pensam, tentei buscar fazer aquilo que me agradava, que me deixava feliz. Fui um puta cara egoísta.

Claro que isso não é muito legal, mas quer saber? Eu tava precisando disso. Sempre me preocupei com o que os outros pensam/falam a meu respeito, sempre me policiei para não "magoar" ou "decepcionar" os outros; sempre tentei agradar a todos e ser visto como um "bom rapaz", sempre tentei provar de alguma forma que eu tenho um "código", que tenho "honra", que tenho princípios e sou leal a eles. Sempre tentei ser o que os outros esperavam de mim (família, amigos, namoradas e afins, chefes e colegas de trabalho, etc). Mas isso é impossível. Por melhor que seja sua intenção, você sempre fará algo que desagradará alguém em algum momento - e talvez você nem perceba. Mas o pior de tudo não é perceber que você decepciona os outros, é perceber que você decepciona a si mesmo. Então minha resolução para esse ano é não me decepcionar.

Tem sido um grande exercício para mim colocar tudo o que eu penso em prática. Cada idéia boba, cada plano mirabolante, cada sonho impossível. Se tem uma coisa que eu quero REALMENTE fazer esse ano é executar mais do que planejar - ou no mínimo, na mesma proporção.

Acho que aos poucos, pelos extremos e exageros, a gente aprende achar o centro, o equilíbrio. Que esse ano eu consiga encontrar meu centro e transitar saudavelmente entre ele e meus extremos.

Um ano do caralho para vocês!

Smile =D